Antônio Noronha nasceu em Teresina a 16 de setembro de 1904, filho do Coronel Joaquim Antônio de Noronha e de D. Amélia Costa de Noronha, membros de tradicionais famílias piauienses.
Após os estudos preparatórios em sua terra, cursou engenharia civil em Salvador, tendo, desde cedo, demonstrado vocação para o cálculo estrutural. Noronha conseguiu seu primeiro emprego aos 23 anos, atendendo a um anúncio de jornal, publicado pela Companhia Mecânica Importadora de São Paulo, que dispunha de uma vaga para engenheiro, com conhecimento de concreto armado, em razão da construção de seu prédio sede, considerada, na época (ano 1927), a maior obra de engenharia naquela modal idade. Antônio Noronha projetou toda a estrutura de concreto. Aí se revelaria o grande calculista. A esbelteza das peças projetadas para os quadros de concreto armado reduziu, em cerca de um terço, o volume do concreto, comparado aos cálculos tradicionais normalmente empregados. A leveza e elegância seriam as características de suas obras.
Como professor e escrito, foi:
Catedrático da Faculdade Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil;
Professor Catedrático da Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro;
Professor Catedrático da Escola Técnica do Exército, e
Docente da Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil.
Publicou várias obras sobre engenharia e cálculos – sua grande especialidade e o mais difícil ramo da engenharia – destacando-se, entre outras: “Fundações Comuns de Concreto Armado», em 1932; «Métodos dos Pontos Fixos»; «As pontes em Quadro de Aço de Concreto Armado»; «Curso de Concreto Armado»; «Curso de Estabilidade das Construções» e “Curso de Pontes e Grandes Estruturas». Deixou ainda 29 trabalhos técnicos publicados em revistas especializadas e apostilas acadêmicas. Fez três traduções de livros técnicos originais e ainda publicou artigos em revistas nacionais e internacionais.
Além disso, também foi:
Engenheiro Consultor de Estruturas da Companhia Siderúrgica Nacional;
Engenheiro Chefe do Escritório de Engenharia Antônio Alves de Noronha
Engenheiro da Associação Brasileira de Concreto Protendido;
Presidente da Associação Brasileira de Pontes e Grandes Estruturas; Presidente da Comissão de Estruturas da Associação Brasileira de Mecânica de Solo;
Membro da Associação Rodoviária do Brasil; Chefe da Divisão Técnica e Especializada de Estruturas do Clube de Engenharia;
Vice-Presidente do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro; Diretor de Atividades Técnicas do Clube de Engenharia;
Chefe do Departamento de Estruturas da Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil;
Presidente do Country Club dos Engenheiros, e
Consultor Técnico para a construção da Ponte Internacional na Foz do Iguaçu.” (ln: Nerina Castelo Branco- APL)
Antônio Alves de Noronha extrapolou fronteiras, vindo a receber homenagem em todo o mundo. Foi agraciado com o grau de “Doutor Honoris Causa” pela Escola Politécnica Federal de Zurich, a mesma Escola em que se formou Einstein, sede da Associação Internacional de Pontes e Grandes Estruturas. Homenagem, até então, somente alcançada por próceres da Alemanha, França e Estados Unidos. Noronha residia no Rio de Janeiro, cidade onde muito contribuiu, projetando a estrutura de inúmeros de seus belos prédios, inclusive a cúpula do Hotel Quitandinha (DIAS, 19??).